Natural de Cafelândia no estado de São Paulo, nasceu em primeiro de abril de 1934. É filho de José Martins Trigueiro (in memoriam) e Antônia Mendes Carrecondo (in memoriam). Casado com Juvelina Faustino Mendes, são os pais de José Martins Faustino, Maria Aparecida Martins Faustino, Osvaldo Martins Faustino, Jonas Martins Faustino, Pedro Martins Faustino, João Martins Faustino Sobrinho, Marta Martins Faustino, Ana Ruth Martins Faustino, Elizabete Martins Faustino e Fernando Martins Faustino Junior.
Fernando, com baixo grau de escolaridade, começou a trabalhar aos sete anos de idade na lavoura. No ano de 1952, chegou ao Distrito de Xavantina no município de Brasilândia. Tinha como objetivo trabalhar com gado na Fazenda Santa Rita. Naquele momento histórico a comunicação entre os povoados era feita via aérea, fluvial e quando havia estradas eram poucos os veículos a motor. O carro de boi era o transporte mais usado da época. A escassez de estradas, bem como a distância trazia dificuldade nas relações pessoais e em situações do cotidiano.
Fernando conta que no ano de 1959, a sua esposa ficou enferma e não havia condições de se fazer o traslado para a cidade de Presidente Epitácio – SP. Nesse momento o mesmo mandou um mensageiro contratar um táxi aéreo em P. Epitácio - SP, o qual indo a cavalo demorou mais de 24 horas de viagem
Para que a aeronave pudesse aterrizar foi construída uma pista de pouso as pressas, num prazo de apenas meio dia de serviço. Segundo Fernando, como se diz no dito popular, o serviço foi feito na “unha”, ou seja, no enxadão, enxada, foice e machado. A pista de pouso foi construída nas terras da Fazenda Santa Maria de propriedade do Sr. Antônio Bitencurt, a uma distância de 12 quilômetros de onde Fernando morava. O percurso, no entanto foi feito em um carro de boi que levou a Esposa dona Juvelina. Às três horas da tarde daquele dia o avião aterrizou, a esposa de Fernando foi socorrida e levada para hospital de Presidente Epitácio – SP, onde sua saúde foi restabelecida.
Sempre bem relacionado e carismático, Fernando logo foi escolhido para representar o Distrito de Xavantina na cidade de Brasilândia na qualidade de Vereador. Para tanto, filiou-se á ARENA e saiu candidato a Vereador no ano de 1972.
Vitorioso, cumpriu o mandato de 1973 - 1976, no qual foi o Presidente da Câmara Municipal. Nas eleições de 1976, saiu candidato a Vice-Prefeito juntamente com Adilson Alves da Silva (in memoriam) vencendo as eleições. Após um ano e meio de administração o Prefeito sofreu um grave acidente, aonde veio perder a vida. Isto levou o Vice-Prefeito Fernando Martins a assumir a Prefeitura e cumprir o mandato até o final, ou seja, de finais de 1978 - 1982.
Segundo o mesmo, ao assumir a Prefeitura encontrou-a em situação bastante delicada; havia dívidas em atraso e o quadro de funcionários com atraso de seus salários há 18 meses. No entanto, com muito afinco e veemência dentro de certo período Fernando conseguiu colocar a casa em ordem. A partir de então, a sua luta passou a ser por uma grande mudança na infraestrutura da cidade.
Para tanto, dentro de um pequeno espaço de tempo conseguiu mudar o sistema de abastecimento de luz elétrica, fazendo uma concessão por 30 anos com a CESP - Companhia Energética do Estado de São Paulo, distribuiu o sistema de água perfurando poços semi-artesiano e asfaltou várias ruas da cidade. Na zona rural abriu e arrumou várias estradas, construiu mais de 500 mata-burros e construiu mais de 200 pontes.
Como antigo morador do Distrito de Xavantina, Fernando relata que sentia que por questão de honra precisava fazer com que a sua administração alcançasse também o distrito. Naquele momento histórico, os terrenos de Xavantina não eram ainda demarcados. Era comum a ocupação desordenada por parte dos seus moradores. Mediante isso, Fernando fez um levantamento para ter conhecimento dos lotes ocupados.
Para sua surpresa, ocorriam muitas ocupações indevidas, pois era comum um só sujeito apropriar-se de vários lotes. Isto de certa forma dificultava o crescimento do povoado, pois era comum muitos lotes nas mãos de poucos, enquanto muitas pessoas não tinham oportunidade de construir suas moradias por falta de terreno. Com todos os dados em mãos, por meio de um Projeto de Lei, Fernando passou a doar lotes a quem necessitava, com uma única exigência: O interessado deveria iniciar a construção dentro do prazo de 90 dias.
Isto despertou tamanho interesse na população que num pequeno espaço de tempo, todos os terrenos devolutos estavam ocupados. Com o crescimento do distrito, foi instalada a rede de água por meio da SANESUL – Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul, o sistema elétrico ficou a cargo da CESP, foi construído o prédio da Delegacia e foi instalada também a Secretaria de Receitas Fazendárias. Não se pode negar que a forma com que Fernando administrou Brasilândia, muito contribuiu para o progresso de Santa Rita do Pardo. Todos os seus feitos em prol de Xavantina serviram ain-da como base para a emancipação política e o crescimento do novo município.